Fiz a minha primeira conferência no Oriente, em Hong Kong de 3 a 6 de Novembro. Para quem me queria ver, aí estou eu com algumas das pessoas com/para quem trabalhei neste fórum da Microsoft para educadores inovadores. Era uma delegação brasileira, com uma professora portuguesa no meio, já que se tratava da apresentação de projectos de colaboração internacional, de metodologias de ensino eficazes e envolventes, da aplicação das tecnologias em geral para entusiasmar o aluno e integrá-lo activamente na sua própria aprendizagem. Fiquei a saber que é isso que tentam fazer professores inovadores em todo o mundo e a minha admiração pelo seu trabalho tornou-se ainda maior. Há quem não deixe de tentar fazer a diferença, investindo nas crianças e nos jovens e mostrando-lhes que aprender também é um jogo, uma aventura, uma descoberta que não acaba nunca. Foi uma estreia agradável no mercado asiático e uma excelente oportunidade para me adentrar nesta realidade profissional espacialmente diferente, ainda por cima com um desfecho festivo porque ambas as equipas que acompanhei viram o seu trabalho reconhecido na feira!
Gosto das viagens de jetfoil, da partida, da chegada. Chovia. A partida e a chegada fizeram-se turvas e nubladas e melancólicas. Os quatro dias em Hong Kong foram intensos, repartidos entre o Langham Hotel em Tsim Sha Tsui (local da conferência), a Asia Expo na zona do aeroporto (local da Feira) e o meu Mingle Place Hotel, em Sheung Wan, ao lado do terminal marítimo HK-Macau, com um micro-quarto (aparentemente comum em HK) onde me movimentei sempre com medo de ficar com nódoas negras, com equipamento hi-tech que incluía 10 canais de TV, 200 filmes e uma playlist musical muito extensa e de gosto muito questionável, mas que não incluía um telefone operacional nem pilhas para os três telecomandos cuja utilização não cheguei a perceber totalmente.
Não tive tempo para programas culturais, como tinha planeado. Só para percorrer a pé e à toa ruas sempre a abarrotar de gente, de vida, de idas e vindas. A Nathan Road é um espaço curioso onde se juntam nacionalidades diversas, hospedadas nas famosas Chungking Mansion e Mirador Mansion, um local pródigo em histórias de vida a utilizar num qualquer estudo sociológico ou antropológico ou etnográfico... Jantei no Kowloon Park, vi a Sinfonia das Luzes uma vez, fiz compras, almocei no Pico Victoria e visitei o Museu da Defesa Costeira de HK no âmbito do fórum. Mais nada. Voltei a Macau para estudar chinês!
Volto a Hong Kong qualquer dia...
MTR, o excelente metro de Hong Kong, com carruagens tão longas que o horizonte se perde enquanto a viagem se serpenteia... E os eléctricos estreitinhos no trânsito nocturno da zona de Sheung Wan, onde fiquei hospedada no quarto mais pequeno do mundo, ou quase.