terça-feira, 2 de junho de 2009

Bocadinhos de texto: "Traduzir-se"

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"TRADUZIR-SE"
de Ferreira Gullar
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Uma parte de mim é todo mundo
Outra parte é ninguém
Fundo sem fundo
Uma parte de mim é multidão
Outra parte estranheza e solidão
Uma parte de mim, pesa, pondera
Outra parte, delira
Uma parte de mim almoça e janta
Outra parte se espanta
Uma parte de mim é permanente
Outra parte se sabe de repente
Uma parte de mim é só vertigem
Outra parte, linguagem
Traduzir uma parte na outra parte
Que é uma questão de vida ou morte
Será arte?
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3 comentários:

Ana Bela Cabral disse...

Lindo! Adorei! :)
Falando de tradução, estive hoje a trabalhar num congresso em que toda a gente reclamou a tua presença. Mas, afinal, quando é que voltas, bolas?!
Beijo

Li Ling 李玲 disse...

Tão bom saber que (ainda!) se lembram de mim :) Mas há tantas coisas para ver neste bocado de mundo, Ana Bela... vou a casa em 2010. Entretanto, sou eu que reclamo a existência de congressos e conferências na China! Sinto muita falta desse trabalho, confesso. Tenho medo de desaprender... Obrigada por me visitares sempre. Beijo grande e muito bom trabalho!

Graça Seco disse...

Mas que arte a sua, Isabel!

A de conseguir partihar sentimentos, emoções, reflexões assim!!!

Interpelante e interessante!!

Para quando uma reflexão sua para partilhar com os colegas aqui por Leiria?

Desejo-lhe um bom fim-de-semana e irei "visitá-la" sempre que me for possível.

bj de saudade,
graça seco