terça-feira, 21 de outubro de 2008

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

40 dias


40 dias. Não sei se parecem muito tempo, não sei se acabo de chegar. O tempo aqui é outro, o meu nome aqui é outro; apalpo os dias enquanto tento descobrir se eu também sou. Outra (ou não duvidasse já o Mário de Sá Carneiro).

Há dias alguém me perguntava por que preciso fazer aqui o ninho se sei que, mais 300 dias menos 300 dias, me vou outra vez embora; por que me rodeio de tapetes e panelas, chávenas e toalhas, se sei que esta casa numa rua velha da Macau antiga é uma tenda perecível. Acontece que a rotina, que na minha vida normal tanto me desconcerta e satura, é aqui essencial. Criar gestos mecânicos com horários mais ou menos previstos, percorrer caminhos iguais todos os dias sabendo que os vendedores da Rua dos Ervanários estarão nas suas lojas a ver-me passar à hora do costume, chegar a casa e ter à espera uma certa simetria (dentro da minha) lógica faz-me sentir bem, segura, inteira. A lógica tem destas coisas... As palavras e as percepções que elas traduzem podem mudar com as mutações dos meridianos e paralelos da nossa realidade. Perdoe-me quem não me conhece a faceta divagadora. É que não consigo evitar a ilusão, nesta estreia enquanto escritora de blogues, de que este espaço é próprio para introspecções e confidências, logo eu tão avessa à exposição.

Vejam antes o que eu vi, o que eu vejo, nas minhas divagações mais físicas. Em Macau, aos 40 dias da minha andança asiática:



Leal Senado, San Malo


A-Ma



Concurso de fogo de artifício, Torre de Macau




Sonia e Yolanda

Carol, Annie

Daniel, Charles e Federico