quinta-feira, 5 de março de 2009

Jazz em Macau



Esta foi a minha primeira semana de Jazz em Macau. A Mingus Big Band veio ao Centro Cultural e eu gostei muito, não sei exactamente se pela qualidade do concerto e pelo respeito ao Charles Mingus ou se por míngua de cultura. Soube pelo saxofonista Wayne Escoffery (a quem pedinchei um autógrafo por me ter dado o momento mais comovedor da noite ao tocar “Goodbye Pork Pie Hat”, tema de tributo a Lester Young) que a MBB estará no Estoril Jazz a 4 de Julho, se alguém quiser ir. Deixo uma versão desse tema delicioso na voz de Joni Mitchell.

Como não há fome que não dê fartura, no dia seguinte tive a surpresa de ver em Macau, desta vez ao ar livre no Leal Senado, os Sacbé (Toussaint Brothers), que são um trio extremamente simpático do México. Havia chuva, buzinas do trânsito mesmo ali ao lado, latidos de cães e conversas em voz alta, transeuntes desorientados em frente do palco, mas eu não perdi o interesse e eles não perderam o entusiasmo. E eu que não sabia sequer da existência de bom Jazz mexicano... deixo mais informações abaixo.

Para mim a música, assim como qualquer outra expressão artística, é uma experiência mais emocional do que intelectual. Não tenho qualquer competência para avaliar técnicas e a criatividade é para mim uma impossibilidade genética... não há artistas na minha família. Por isso deixo que os críticos critiquem. Para mais informações sobre o Jazz que se ouve em Portugal e noutros bocados de mundo, visitem o blogue da minha amiga Ana. Eu disperso-me demasiado para poder ter um blogue especializado...



1. Mingus Big Band

Anunciada como "a melhor orquestra de jazz do mundo" pelo The Washington Post, esta formação de 14 estrelas musicais interpreta no Centro Cultural de Macau temas do famoso baixista e compositor Charles Mingus. Com seis nomeações para os prémios Grammy, esta Big Band dá vida às harmonias ricas e altamente espirituais e às ricas composições que fizeram de Charles Mingus um dos autores de jazz mais importantes da música americana do século XX. A Mingus Big Band, que já foi banda residente em alguns dos melhores clubes de jazz dos EUA, apresenta um elenco com os melhores músicos de Nova Iorque que conferem um sentido de alegria transbordante à animada música de Mingus. Explorando a fundo o repertório do saudoso baixista, esta grande e estimulante orquestra interpreta arranjos antigos e modernos que conjugam a essência do seu legado musical, criando de forma magistral uma combinação animada de swing sensual e exuberantes secções de blues, entremeando as passagens de ensemble e as súbitas mudanças de tempo que fizeram de Charles Mingus um dos músicos mais provocadores e apreciados do jazz.

Uma das características especiais desta Big Band é a rotação regular dos seus músicos, o que confere uma frescura constante ao vasto e variado repertório do compositor. A revista Time Out Nova Iorque considerou-a "a big band mais curtida do universo... " e os críticos do New York Times defendem que a banda "fez reviver o repertório de Charles Mingus" mantendo-se contudo fiel ao seu "estilo brigão, muscular, de blues e ritmos duros".

Uma das mais importantes figuras do jazz norte americano do séc. XX, Charles Mingus foi um formidável contrabaixista, pianista, compositor e director de banda. Nascido no ano de 1922 no Arizona, este afro-americano estudou formalmente contrabaixo e composição, simultaneamente absorvendo música norte americana dos grandes mestres do jazz como Duke Ellington ou Louis Armstrong, em primeira mão. Desde que nos deixou em 1979, Sue Mingus criou e continua a dirigir ensembles de repertório que perduram a música do seu falecido marido. Nestes incluem-se a Dinastia Mingus, um septeto fundado pouco depois da morte do contrabaixista, e a Orquestra, um grupo de 10 músicos que se dedica às obras menos conhecidas do compositor. O ensemble mais célebre, contudo, é a Mingus Big Band, uma instituição nova iorquina que tem residido em alguns dos melhores clubes de jazz dos Estados Unidos.

(Informação do website do Centro Cultural de Macau)


2. Sacbé (em alusão às "estradas brancas" construídas na civilização maia pré-colombiana) foi fundado em 1976 pelos irmãos Eugenio (piano), Enrique (baixo) e Fernando Toussaint (bateria) e é considerado um dos conjuntos de jazz contemporâneo mais importantes do México. Comemora 33 anos de carreira com temas que misturam ritmos africanos, brasileiros e caribenhos.

1 comentário:

Lapinbleue disse...

pena que não fui ao concerto. parece-me que a música de minguas demonstre um tipo de estados mentais de vivência nas cdiades metropolitanas,um estado pouco encontrado em Macau.