quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Cinema nos intervalos

As minhas férias acabaram, o dolce far niente também. Enquanto não arranjo coragem e tempo para regressar aos 100 (que por esta altura já são mais de 120) dias na minha rua para a parte 3 das minhas deambulações, deixo uma amostra dos filmes da minha vida... nas últimas semanas. Ver filmes foi uma das principais actividades das férias, apesar de só um ser chinês (e eu devia ter estado a praticar chinês, bem sei).

Deixo 4: um filme que vi no cinema em Hong Kong, um que vi no cinema em Macau, dois que fazem parte da pilha de DVDs emprestados que fui vendo em noites livres, enquanto as noites iam arrefecendo e o enroscamento no sofá e as chávenas de chá sabiam cada vez melhor.

1. Forever Enthralled

De Chen Kaige (陈凯歌), o realizador de "Adeus minha concubina" (霸王别姬), sobre Mei Lanfang (梅兰芳), o maior cantor de Ópera Chinesa de Pequim, no seu percurso até ao estrelato...




2. The Curious Case of Benjamin Button

De David Fincher. Marcou o meu regresso ao cinema em Macau depois da experiência (de reacção sincronizada e ruidosa dos chineses na sala) no ciclo de cinema chinês no ano passado. Na sala, os chineses continuam ruidosos e sincronizados. Eu ainda não consigo ficar indiferente. Ainda penso que o encontro com o grande ecrã merece um pouco mais de respeito. Mas o filme é bom.




3. A vida dos outros (Das Leben den Anderen)

Filme alemão, de Florian Henckel von Donnersmarck. Óscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2007. Um filme que tinha ficado por ver. Provavelmente o melhor que vi ultimamente. Acção nos anos anteriores à queda do Muro de Berlim. O filme narra a experiência de um agente da Stasi, a polícia política da RDA, designado para um serviço de escutas clandestinas no apartamento de um casal pertencente à cena cultural de Berlim Oriental. Ao acompanhar a vida quotidiana do casal, Wiesler fica obcecado...




4. Once

Filme irlandês, de John Carney. O tema "Falling Slowly" ganhou o Óscar de Melhor Canção em 2008. Delicioso e simples, sobre um encontro improvável e a música que nasce de encontros improváveis.




Só alguns dos outros filmes que vi recentemente: uns bons, outros bons para o entretenimento, enroscada no sofá com chávenas de chá... e bolachas:

Michael Clayton, de Tony Gilroy
(com um Tom Wilkinson absolutamente genial)
The Other Boleyn Girl, de Justin Chadwick
(com uma Natalie Portman incrível)
Gracie, de Davis Guggenheim
The Great Debaters, de Denzel Washington
Juno, de Jason Reitman
Thank you for Smoking, de Jason Reitman
North Country, de Niki Caro
A Good Year, de Ridley Scott
The Good Shepherd, de Robert de Niro
Akeelah and the Bee, de Doug Atchison
Trade, de Marco Kreuzpaintner
Becoming Jane, de Julian Jarrold
Pride, de Sunu Gonera
The Savages, de Tamara Jenkins
Lars and the Real Girl, de Craig Gillespie
Margot at the Wedding, de Noah Baumbach

7 comentários:

Lapinbleue disse...

Queria também compartilhar duma experiência desagradável acerca de apreciação do filme. Um dia, passei por uma publicidade do filme Becoming Jane, ouvia a conversa de duas raparigas macaenes. Uma apontou para Jane Austin dizendo que, "olhe, ela é Jane Eyre" e a outra lançou uns olhares admiradores. Naquele dia, perdi o interesse por ver esse filme na ecrã. Prefiro uma conversa íntima com Austin num estado de enroscamento numa das noites tranquilas.

Perdi a última parte do Caso Curioso de Benjeming Button, ficando então com o icebergue menos derrecido da protagonista, que me parecia mais bonita do que um romance bem resolvido.

Vi the other Boleyn Girl e aprecia a coragem das mulheres antigas que se desmonstrava por comportamentos em vez de palavras secas. Recomendo também.

Mais uma coisa, as cortinas da casa de banho do Cineteatro em direcção às Salas 2 e 3 parecem-me pés de aranhas.

Unknown disse...

Fui na Sexta ao Satana, com a tiazonha, ver o "Curios Case", é um filme curioso ou não fosse baseado num livro do Scott Fitzgerald (como se eu conhecesse assim tantos livros do homem...).
O "Vida dos outros" é muito bom, muito psicolóligo...
Gostei bastante do "Obrigado por fumar".
Entretanto tenho para ver: "Frost-Nixon", "Revol. Road" e mais uns quantos.

Quanto aos espectadores de cinema, como sabes portam-se bem... especialmente no Santana em que para o "curios case..." eramos 12 pessoas.

Li Ling 李玲 disse...

Eu tenho uma lista tão grande de filmes por ver que nem saberia por onde começar... Talvez alguns dos possíveis oscarizados, para começar. Talvez uns bons europeus cuja existência eu desconheço aqui na longitude oriental, para acabar. De vez em quando fico com medo de emburrecer seriamente. A brincar a brincar já eu emburreço às vezes. Mas a burrice pode ser coisa séria, será?

Tenho saudades do Santana, sossegadinho (meio vazio, é certo) e sem desrespeitos: quem tossice ou espirrasse ou murmurasse ou respirasse sonoramente demais já teria direito a um olhar de reprovação... ;)

Li Ling 李玲 disse...

...e então o José Lúcio da Silva nos velhos tempos das sessões das seis e meia à quarta-feira, aquela sala enorme e o dolby-surround todo para nós? Grandes filmes, grande ecrã, grande sala, grande som. Bons tempos leirienses. Boas recordações. Eu com saudades de Leiria, quem diria?

Unknown disse...

Como diria o Pessa: E esta hemmm??? Com saudades duma terra de adopção "forçada"...

Li Ling 李玲 disse...

Eu até do Fernando Pessa tenho saudades ;)

Lapinbleue disse...

vou um dia ao Cinema Santana.